IX Congresso Brasileiro de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva

Dados do Trabalho


Título

PAPEL DA HISTEROSCOPIA NO TRATAMENTO DAS ADERÊNCIAS INTRAUTERINAS: A ADESIÓLISE HISTEROSCÓPICA MELHORA OS DESFECHOS REPRODUTIVOS?

Introdução

As aderências intrauterinas (AIU's) podem ser completamente assintomáticas ou evoluir com oligomenorreia/amenorreia, dor pélvica crônica, infertilidade e perdas gestacionais recorrentes. A histeroscopia é o método padrão-ouro para o diagnóstico, classificação, prognóstico e tratamento das aderências intrauterinas. A adesiólise histeroscópica possui resultados excelentes na correção de distúrbios menstruais e restauração da anatomia intrauterina.

Objetivos

Este estudo investiga se a adesiólise histeroscópica melhora o desfecho reprodutivo em pacientes com quadro clínico de infertilidade associado à presença de aderências intrauterinas.

Métodos

Foi realizada uma revisão da literatura, não sistemática, produzida por meio de busca de artigos em bancos de dados eletrônicos, sendo incluídos: revisões sistemáticas, metanálises, artigos randomizados, guidelines e ensaios clínicos em modelo animal. Foram selecionando 33 trabalhos com relevância para os tópicos abordados nesta revisão, com enfoque nos desfechos reprodutivos após o tratamento histeroscópico.

Resultados

A histeroscopia protagoniza o manejo das AIU's e tem técnicas bem descritas para abordagem das aderências leves, moderadas e graves. As aderências moderadas a graves apresentam os piores resultados clínicos e são um desafio para o histeroscopista, que pode utilizar algum método auxiliar para guiar a adesiólise histeroscópica reduzindo risco de complicações. Foram propostos alguns sistemas de classificação, porém ainda não é possível endossar uma classificação universal. Várias estratégias foram sugeridas para a realização da prevenção das AIU’s, dentre eles: agentes farmacológicos, métodos de barreira semi-sólidos e sólidos, bem como métodos regeneradores do endométrio. Estas técnicas mostraram-se promissoras para corrigir os distúrbios menstruais, melhorar os desfechos reprodutivos e prevenir recorrência das aderências.

Conclusões

É necessária a realização de mais estudos científicos, confiáveis e de boa qualidade, bem desenhados, estudando uma população maior, para averiguar se a adesiólise histeroscópica de fato determina uma melhora significativa dos desfechos reprodutivos.

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Área

Prêmio melhor poster de Histeroscopia e doenças relacionadas

Instituições

Hospital da Mulher - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

MARIANA ARAÚJO CÔRTES SILVA