Dados do Trabalho
Título
Realização de Metroplastia Histeroscópica Guiada por US transabdominal e aplicação de gel anti-aderente Oniplex-IU em paciente com abortamento de repetição
Introdução
As malformações mullerianas são anomalias do desenvolvimento uterino resultantes de falhas durante a fase embrionária. O septo uterino é uma das formas mais comuns, afetando aproximadamente 2-3% das mulheres em idade reprodutiva, correspondendo a 30% dos casos de malformações uterinas
Descrição do caso
O caso trata de uma paciente do sexo feminino, 32 anos, encaminhada para acompanhamento em um hospital terciário de São Paulo SP por história de abortamentos de repetição com cinco curetagens uterinas prévias, e infertilidade secundária, cuja ressonância magnética realizada no dia 02/12/2022 evidenciou útero septado, que se estende do fundo ao istmo uterino, de 2 cm de espessura. A paciente foi submetida a histeroscopia em 10/05/2023 por técnica de vaginoscopia, em hospital dia, sem anestesia e com sistema de bettocchi. O exame evidenciou duas hemicavidades separadas por septação incompleta que se estende do fundo uterino até terço médio da cavidade uterina. A histeroscopia cirúrgica foi realizada no dia 25/08/2023, utilizando ressectoscópio, sob raquianestesia. Prosseguiu-se com a metroplastia com alça de Collins, guiada por Ultrassom transabdominal 2D para conferir maior eficácia. Após reestabelecimento da anatomia da cavidade uterina, foi realizada aplicação de 10 mL de gel intrauterino antiaderente para prevenir a formação de aderências intrauterinas. Em 29/09/2023 realizou nova histeroscopia, sem septo residual, confirmado por ressonância realizada após. A paciente foi liberada para seguimento com equipe de reprodução assistida para realização de fertilização in vitro
Relevância
Embora não haja consenso com relação ao tratamento histeroscópico do septo uterino devido à falta de evidências robustas, estudos recentes apontam para benefícios da metroplastia em pacientes com abortamento recorrente. Foi demonstrado que a ressecção histeroscópica guiada por ultrassom confere menor taxa de ressecção incompleta do septo.
Comentários
Este estudo de caso destaca a importância do ultrassom na orientação de procedimentos histeroscópicos desafiadores e o uso do gel antiaderente na prevenção secundária de aderências intrauterinas.
Referências Bibliográficas
- Lasmar R. B., Lasmar B. P.. Histeroscopia: Técnica & Arte – 1. Ed. – Rio de Janeiro – RJ, 2021
- Ludwin A, et al. Two- and three-dimensional ultrasonography and sonohysterography versus hysteroscopy with laparoscopy in the differential diagnosis of septate, bicornuate, and arcuate uteri. J Minim Invasive Gynecol. 2013 Jan-Feb;20(1):90-9.
- Muzii L, et al. Intraoperative Three-Dimensional Transvaginal Ultrasound for Hysteroscopic Metroplasty: a Controlled Study. Reprod Sci. 2023 Nov;30(11):3372-3378.
- Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine. Electronic address: asrm@asrm.org. Evidence-based diagnosis and treatment for uterine septum: a guideline. Fertil Steril. 2024 Apr 1:S0015-0282(24)00121-3.
- Vitale SG, et al. Postsurgical barrier strategies to avoid the recurrence of intrauterine adhesion formation after hysteroscopic adhesiolysis: a network meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Obstet Gynecol. 2022 Apr;226(4):487-498.e8.
Área
Prêmio melhor poster de Histeroscopia e doenças relacionadas
Instituições
hospital da mulher - São Paulo - Brasil
Autores
CATHARINA BRAGA FERREIRA DOS SANTOS, Márcia Peteado Rocha Correa, Mariana Araujo Cortes Silva